sábado, 25 de dezembro de 2010

Relatos Lapônicos

Daeee negada! Quanto tempo né!

Primeiramente, desejo um feliz natal pra todo mundo.

Como eu já expliquei o motivo da minha demora, não vou me prender nesse assunto por muito tempo. Acabou que o meu computador só voltou a ler o cartão da câmera ontem, deve ter sido um milagre de natal. Até porque eu já tinha tentado de tudo pra fazer aquela merda funcionar... Então agora eu posso por umas fotos legais que eu tirei lá pra vocês terem uma ideia de como são as terras do norte. Norte do norte, na real.

Bem, a viagem à Lapônia... Cara, foi fantástico! Não só pelo lugar, que é lindo, mas por causa do que aconteceu lá. Eu reencontrei todos os intercambistas, alguns dos quais eu não via desde o acampamento em Karkku. A maioria, na verdade, porque eu moro isolado de qualquer presença intercambística.

Bem, não vou contar tudo com detalhes. Tenho muita preguiça disso, e já faz tanto tempo que a maioria dos detalhes é somente uma sombra, uma vaga imagem em minha mente. Mas a sensação de estar lá, no meio daquele povo, essa ainda é fresca e se eu concentrar-me posso senti-la novamente, embora com o pingo de saudade gerado pelo fato de ser apenas uma memória. Foi tudo maravilhoso, cada minuto. Muitos abraços e carinhos, muita festa e muitas, muitas risadas.

Eu enfrentei uma viagem de muitas horas até aquele lugar. Creio que foram umas 12 horas no bus, na real. Esse foi um dos melhores períodos porque a gente sempre tava conversando e nunca parou pra dormir. Nas breves paradas eu e a Chrissa (americana, massa pacas) saíamos do bus pra fumar um cigarro e esperar outros embarcarem. Tava MUITO frio. Passamos por umas paisagens lindas, embora fossem sempre meio iguais... Dessas eu não tenho foto porque a minha câmera tava na mala, que tava no porta-malas do bus...

Chegamos lá e demos uma olhada no Harriniva Hotel, o lugar onde iríamos ficar. Muito legal, todo feito de madeira. Acho que aquilo é tipo a versão finlandesa dos hotéis-fazenda que a gente tem aí, sei lá. Os quartos eram super confortáveis e bonitinhos, os detalhes de madeira e vidro finlandês super bem trabalhado. No meu quarto ficou o Victor, um baiano de Aracajú (ou algum lugar no Nordeste, lá é tudo Bahia pra gente mesmo...) e o Santa, um chileno. Isso significa que a língua que reinava no quarto era o castellano, já que os castellanos não entendem português. Pelo menos treinei um pouco...

Durante os dias que a gente passou lá (cinco dias no total, mas só três inteiramente no hotel) fizemos várias coisas, entre elas ver as renas. Cara, elas são legaizinhas mas não tanto quanto a gente imagina. E os narizes não são vermelhos, isso foi uma decepção. Andei num trenó puxado por renas, caminhei pacas na neve e tentei esquiar.

Essa experiência foi maravilhosamente desastrosa. A de tentar esquiar, eu digo. Eis o relato:
Depois de lutar por mais de meia hora só pra ficar de pé naqueles troços, eu finalmente andei até o meio da rampa "ultra-mega-baby-fácil". Aquela para qual as crianças finlandesas olham e dizem "que troço ridículo."
Comecei a descer, e estava indo muito bem nos dois primeiros segundos. Então o pior aconteceu: eu perdi meus pauzinhos. Sabem, aqueles pauzinhos que você usa sei lá pra que. Eles caíram de minhas mãos, e logo depois eu perdi o equilíbrio e caí. Mas eu não parei. Eu caí sentado nos meus esquis e continuei escorregando, pensando em minha própria morte enquanto eu me aproximava das árvores.
Minhas mãos estava atrás de mim, tentando fazer o esqui parar. Nisso, neve começou a entrar em minhas luvas e eu já não sentia mais metade de meus punhos. Aí o pior de tudo aconteceu. Eu caí de novo. Na verdade eu perdi o equilíbrio e caí nas minhas costas, mas continuei escorregando. Agora eu olhava para o céu, as nuvens passando rapidamente por mim, sem saber para onde eu ia ou qual era o meu cruel destino. Lembro-me de, enquanto olhando para o céu, ter pensado "porque, Deus? Porque a Finlândia? Porque não as Bahamas?"
Enquanto eu praguejava Deus e todos os santos pelo que acontecia comigo, senti a neve entrando em minha camiseta, passando por todas as camadas de roupas que eu usava (estava -25) e tocando a minha pele, acumulando-se entre minhas costas e a primeira camiseta térmica que eu vestia. Aquilo sim foi uma bosta. Parei de sentir minhas costas, e podia quebrar a espinha em três lugares diferentes que não sentiria nada. Parei de escorregar. Levantei minha cabeça e vi que tinha sido parado por um montinho de neve, divinamente colocado ali. Era como se os deuses estivessem falando "Já rimos o bastante por hoje".
Levantei, e toda a neve que estava nas minhas costas escorregou para dentro das minhas calças. Atravessou as três camadas de calças que eu vestia e atingiu minha bunda. Foi descendo, e acabou atingindo minhas duas companheiras. Finalmente eu sabia o que era uma "Ball-Freezing Experience".

Não sei exatamente porque isso aconteceu, talvez porque os brasileiros simplesmente não foram projetados para andar na neve, quem dirá escorregar. Ou talvez porque era minha primeira vez, e como eu ouvi várias vezes naquele dia "da próxima será melhor". Próxima? Ha.

As renas. Essas foram legais. Muito frio ainda, mas sem neve nas calças, fui até uma fazenda de renas e conheci uma velhinha que está na milionésima terceira e sei lá quantas geração de criadores de rena oficiais da Lapônia. Admirável, e super cuti cuti nas roupinhas típicas, ela nos ensinou como laçar uma rena usando uma corda e uma rena de madeira como exemplo. Todo mundo tentou, e a maioria acertou. Aqueles que me conhecem sabem que minha mira nunca foi das melhores, então não precisa dizer que eu quase acabei laçando uma árvore próxima (10 metros é próxima pra mim, tá u.u).

essa é pra você, Nani =D

Bem, teve as festas também. A gente se divertiu muito, teve duas festas. Infelizmente, a gente tinha que estar na cama às 11, então elas não duraram muito. Mas uma delas foi a festa tradicional da viagem à Lapônia, a festa sem calça. Basicamente todo mundo tirou a calça e foi festar foi bem interessante. Claro, todos usavam roupa de baixo. Afinal, nada de obsceno acontece no intercâmbio. Not.

Ah, tem uma coisa importante também! Na verdade a coisa mais importante dessa viagem, pelo menos pra mim. Sabem que tem os veteranos né? Aquele povo que chegou aqui em Janeiro passado e volta nesse. Então, essa era a última viagem deles, e a última chance de eles encontrarem todos os calouros (nózes) em um lugar só. Isso significa que era hora de passar os presentes adiante.
Os presentes são uma tradição do intercâmbio da Finlândia. Eles passam de geração em geração, de acordo com o seu significado, e sempre são dados no último encontro de todos, como era o caso.
Haviam muitos presentes, tantos que eu nem lembro direito. Mas o que eu ganhei eu lembro (capitão óbvio!)
Eu sou o herdeiro oficial d'O Chapéu. Também conhecido como A Coroa ou Chapéu do Especial, ele é dado àquele intercambista que se comunica com todos, faz todo mundo rir e nunca demonstrou preconceitos nem nada do gênero. É o cara social e tal, que nunca para de conversar e sempre tem assunto. E esse sou eu, aparentemente.
Embora eu conheça muita gente que merecia mais o chapéu do que eu, estou muito feliz com o presente. Nunca imaginei que iria ganhar uma honraria dessas. E ele não só simboliza tudo aquilo que eu falei ali em cima, mas também simboliza que eu agora sou como que um "líder" dos calouros. Eu devo organizar eventos e estar sempre presente e tal. É por isso que muita gente chama de A Coroa.
O cara que me passou-a, um indiano australiano chamado Tish, segue realmente esse perfil. O cara sempre foi um líder no grupo, consegue influenciar e mudar as opiniões das pessoas para entrar em um consenso, e tá sempre falando com alguém. Ele é um cara muito legal mesmo.

Acho que isso é tudo que eu tenho pra contar pra vocês sobre a viagem... Sei que eu não tinha muitas fotos, e na verdade eu não tenho escrito muito porque antes eu tava muito ocupado e agora ando muito ocioso. Sei lá, tenho pensado muito em tudo e to fazendo umas mudanças básicas. Não se assustem, nou estou virando finlandês xD

Gente, sinto muita falta de todos vocês aí. Até daqueles que eu não conheço, porque eu sinto falta do povo brazuca num geral. Cuidem-se e festem pacas agora que é tempo!

Meu próximo post virá daqui a alguns dias, mas provavelmente depois do ano novo. Daí eu vou contar pra vocês como foi a festa de natal ontem (não tem muito pra contar na real) e como vai ser o ano novo.

Beijundas!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Explicação =)

Oi negada!

Só estou aqui brevemente pra explicar porque eu ainda não escrevi nada...
Eu tive a viagem da Lapônia, que foi maravilhosa. Mas acontece que eu estou tendo uns problemas com o meu pc que não quer reconhecer o cartão da câmera, então eu não tenho como colocar as fotos no pc. Acho que vou comprar um cabo usb pra câmera logo, então podem ficar susse.
Também tá chegando a hora dos veteranos voltarem pra casa, então tão rolando um bando de festas de despedida e tal. To meio sem tempo, sabem como é né.

Mas assim que estiuver tudo resolvido eu posto um livro inteiro de experiências maravilhosas que eu tive na terra do Papai Noel com os outros intercambistas! E não se preocupem, eu não vou esquecer nada. Essa viagem foi algo tão especial que vai ficar na minha cabeça pelo resto da vida.

Falo com vocês mais tarde meus negos. Se cuidem!

Bjundas!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Update do Último Post

Negada, só dando um update aqui...

Lembram que eu falei do show que eu fiz com a minha turma de música né?
Então, o show foi filmado e o vídeo já está aqui pra todo mundo ver =D
Tem uns 45 minutos, e eu sei muito bem que ninguém vai ter a paciência de ver o vídeo inteiro. Mas vale a pena dar umas puladas pra ter uma ideia de como foi ;D

http://vimeo.com/17083231

Eu sei que a qualidade não tá muito boa. E o fato é que esse foi o pior dos 3 concertos iguais que a gente fez. Foi o último, e vocês vão notar que não tinha muita gente. Só umas 20 pessoas, enquanto o segundo teve umas 250. O melhor é que esse foi o show que a gente mais errou, tá todo fudido na real... mas tá aí anyway =)


Beijundas!

domingo, 21 de novembro de 2010

Nova família, coisas avulsas

Oooooe negada!

Pois é, ainda estou vivo! Quem diria né xD

Tentem entender, eu não escrevi nada nas ultimas semanas porque... eu tava com preguiça, como sempre.
Não tenho nenhum motivo mais racional, mas tenho um raciocínio bom: pensem na preguiça que vocês sentem no inverno daí. Não dá vontade de fazer nada, né? Pois é, aqui é outono e tá -5. Agora pensem na minha preguiça.

Bem, eis que finalmente eu vim escrever sobre tudo que aconteceu nas ultimas semanas.

Primeiramente, eu fui até Suonenjoki visitar o Mathaus, um brasileiro que tá lá. 10 horas de viagem, mais ou menos. Um pé no saco, a viagem. Ficar lá foi divertido pacas, pelo menos. É tão bom falar merda na minha própria língua com alguém ao vivo, sabem. Bem interessante. Além disso, não tenho nada de especial pra contar sobre esse final de semana que eu passei lá. Talvez eu tenha umas fotos, mas to com preguiça de procurar agora...

A maior novidade é a minha família nova. Me mudei pra cá no domingo passado.
Eles são super legais, muito mesmo. Pai, mãe e três filhos. E três gatos. E uns três tratores. E umas 25 vacas, eu acho.
É, pois é. Vacas. Meu pai é um fazendeiro.
E minha mãe é professora. E os dois são muito massa.
Eu to morando mais no cudomundo ainda, numa vila chamada Skratnäs (ou algo assim). Fica a 5km de Kristinestad, aquela cidade ao sul de Närpes. E fica a 20km de Närpes. Pois é, to quase em outra cidade, mas ainda é território de Närpes.
Eles são uma família bilíngue, falam tanto finlandês quanto sueco em casa. Minha mãe só fala sueco comigo, o que tá me ajudando bastante a aprender mais, e ela também começou a me ensinar finlandês, o que não sei se vai funcionar, mas eu to tentando.
A casa é bem legal, bem estilo campestre. De novo, me sinto num hotel-fazenda. Ainda mais com as vacas e o constante cheiro de merda de vaca do lado de fora.
Não que eu saia muito, afinal tá um frio do diabo lá fora. Agora a pouco eu saí pra tirar umas fotos e senti que ia perder os dedos e as orelhas. E isso que tá "só" -5. Imaginem no inv(f)erno. E eu que costumava gostar de frio.
Essa aí é a minha casa. Tão vendo aquela janela alí à esquerda da porta? É a minha janela :3
Vocês podem ver que já tem "um pouco" de neve. As aspas são porque na Bahia isso seria o Apocalipse, e vocês sabem.


Essas duas fotos aí são do meu quarto. Era o antigo quarto de brinquedos das crianças, mas a minha mãe deu uma ajeitada e virou um quarto bem massa pra mim. To bem satisfeito com o quarto e com tudo que eu tenho aqui.
Todo dia eu acordo às 7.30 pra pegar o bus às 8.20 e chegar à escola às 8.55, 9. Minha aula começa às 8.50. Massa né? Não que eu me importe muito com a aula aqui, mas passar todo esse tempo no bus é um saco. Isso que ainda tem a volta. E só tem um bus pra ir e um pra voltar, então se eu perder um dos dois já elvis.
O ambiente aqui é bem legal mesmo. Quem me conhece sabe que eu sempre fui um tanto bucólico, mesmo sendo este ser urbano que sou. Nunca dispensei uma estadia no campo, fato. 
Essa aí em cima é uma porta. (ah vá)

Cara, nem sei o que falar da família. Ah, os nomes (se é que isso importa mesmo) a mãe é Soile, o pai é Kenneth, e as crianças são Ellen (filha mais velha, 9 anos), Kalle (manolo do meio, 4 se pá) e Martin (caçula, 2 ou algo do gênero). Eles são muito massa. As crianças adoram brincar comigo, e eu acho muito engraçado o fato de eu não entender porra nenhuma do que eles falam (não falam sueco nem finlandês, falam criancês. Sabem, aquela língua incompreensível que só os infantes falam. Isso misturado com algumas palavras tanto em finlandês quanto em sueco).
Acho que não tenho mais nada pra falar deles por enquanto. Logo logo eu posso falar alguma coisa deles, mas a vida aqui é tão cotidiana e monótona que eu acho pouco provável. Ah, esse é um bom motivo pra eu não ter escrito nada antes.

Ah é, quase esqueci de contar de sexta. Tive um dia agitado na sexta.
Lembram que eu falei que faço aula de música aqui? Pois é, com o pessoal do primeiro ano ainda não tinha rolado nenhum show, e essa era a aula mais massa. O segundo ano é uma bosta, só tocam música mainstream de rádio de merda. Tipo Rihanna. Pois é, tive que tocar isso.
Anyhow, a gente tá desde quando eu cheguei aqui planejando esse show do primeiro ano. Ensaiamos pacaralho, e foi tudo muito bem elaborado.
O tema do show era surrealismo. Na verdade essa foi só uma desculpa pra fazer um show totalmente nonsense e colocar o que desse vontade no programa. E foi isso que a gente fez.
O show começa com um video do Alex de vestido e óculos (parecendo uma vó) falando "pegue uma cadeira" em vários shots diferentes. Depois disso, o Magnus (de terno e gravata) vai até o palco e fala algo como "estamos aqui hoje para tocar uma seleção de pop-rock mainstream de rádio, e iremos começar com a consagrada 'Arrancando os Olhos de Deus' por 'Cabeça de Bode'. Nisso, eu (usando a bandeira do Brasil como saia e a bandeira menor como bandana) começo a tocar Hysteria, do Muse. A gente toca a música, e o show continua indo de louco a mais pirado ainda.
To muito sem empenho de contar tudo, mas os hotspots foram: papai noel entregando o programa do show, cut de Trainspotting (a cena de "What a Perfect Day", procurem), filme de eu vestido de Jesus socando o Justin vestido de Justin Beaver, todo mundo dançando Oops I Did It Again, essas coisas.
Como vocês podem ver, foi uma vidalokisse total.
Bem, fizemos esse mesmo show 3 vezes, pra públicos diferentes. E depois a gente foi até Böle tocar uma música como convidados num show de comédia local. Um troço muito legal e bem elaborado, em que eles fazem um esquema de comédia meio stand-up meio stage-show em dialeto. Muito massa mesmo. Pena que eu não entendi porra nenhuma, afinal se você quer um lugar onde eles falam dialeto hardcore, é lá.

É isso ae negada, por enquanto pelo menos. Agora sim eu não tenho mais nada pra escrever. Ah, logo logo vou pra Lapônia. Daí vou ter coisa pacaralho pra escrever. Só não sei se terei o empenho, como sempre xD

Mas por enquanto se cuidem aí, aproveitem o verão (seus merdas, morram) e a gente conversa mais pra frente.

Beijundas!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Fatos Curiosos da Finlândia - IV

Senhoras e Senhores, bem-vindos à quarta edição do mágico, estupendo, dramático, cacofônico, escatológico, anticonstitucional... Fatos Curiosos da Finlândia!

Curtiram a entrada espetacular né. Podem dizer, eu sei que gostaram.

Então gente, estou aqui pra contar da minha última experiência com a maravilhosa cultura desse gélido território setentrional. Finalmente, fui caçar.
É, eu sei. É estranho pra nós, brasileiros, falar em caçar sem pensar em ficar com medo do IBAMA. Mas acontece que aqui a caça é legalizada. Mas antes vamos aos antecedentes desta tragicômica epopéia.
Tudo começou com a chegada do "Feriado de Outono" (não vou escrever o nome em finlandês porque, embora na Finlândia, eu ainda não falo finlandês. Ainda.). Este é normalmente composto de uma semana, e assim foi para todas as escolas do país, menos a minha. A minha teve apenas quinta e sexta. Não, eu não sei porque.
Bem, na quinta feira eu fui pra Vasa encontrar o pessoal. Pessoal = Nicole, a australiana ruiva; Casper, a americana vidaloka e Baptiste (aka Frenchy ou French Fry), o francês não-tão-viadinho. Bem, chegamos lá às 10 da matina e não tínhamos porra nenhuma pra fazer.
Então decidimos tomar um café enquanto pensávamos em alguma coisa. E foi assim que começou. A gente passou umas 2 horas num café conversando, daí saímos pra fumar um cigarro (a única que não fuma é a Nicole). Só que tava muito frio. Daí andamos um pouco e vimos outro café. Entramos, pedimos um café e ficamos mais umas 2 horas. E virou um ciclo vicioso. Tomamos uns 5 cafés e fumamos uns 10 cigarros cada.
Mas essa ainda não é a melhor parte, não não.
Bem, as duas senhoritas moram em Seinäjoki (na verdade e Nicole mora em Koskenkorva e a Casper em Ilmäjoki). Elas tinham que pegar o trem para Seinäjoki às 19.35, na estação de trem. Onde, e é importante que vocês se lembrem, o Frenchy tinha deixado sua mala, trancada num daqueles armários.
Lá por 19.20 nós fomos até a estação de trem e esperamos o trem chegar. Eu e o Frenchy acompanhamos as garotas até o trem. Até aí tudo bem, nada de novo. Esperamos elas entrarem no trem e voltamos pra dentro da estação. Esperamos uns 5 minutos e decidimos sair pra fumar mais um cigarro. Saímos, fumamos, e voltamos. Bem, quase.
Quando chegamos até a porta automática da estação de trem, ela não abriu. Tudo bem, pensamos ingenuamente. Vamos pela outra porta. Adivinhem. Esta também não abriu.

Eis que entra em ação o grande clássico da poesia: "E agora José?"

Bem, a estação de trem estava fechada, com a mala do meu amigo franco lá dentro. E ele tinha que voltar para Kokkola, onde ele mora, que fica 2 horas para o Norte. E agora José?

Eis que eu vim com uma solução simples para o problema: ele vinha comigo até Närpes (1 hora ao Sul de Vasa), passava a noite aqui e, no dia seguinte, pegava o ônibus para Vasa. Lá, ele pagava a mala e ia até Kokkola de trem. Sem problemas. Os pais dele estavam viajando, então nós só precisávamos da permissão dos meus pais, o que não foi um problema. E foi assim que aconteceu. Problema resolvido.

Na verdade eu nem sei porque enrolei vocês com essa história besta, porque ela não tem nada a ver com o assunto deste FCF, mas tudo bem. Vamos ao assunto principal.

Então, como eu disse lá em cima, eu estava no meio do Feriado de Outono. Para aproveitar o feriado, meus pais decidiram levar a minha irmã para comemorar o aniversário em Londres (só na humildade, claro), e lá se foram, levando o meu irmão junto. Como eu não pudesse ficar sozinho em casa, tive que ir até a casa do Anders, o meu conselheiro do Rotary. Não que isso seja um problema, pois o cara é tão podre de rico que fede a um quilômetro. Tem uma puta casona voltada pro mar, um tezão. E além de tudo, ele caça. Alces.

É claro que, como bom anfitrião, ele me convidou para caçar no sábado. E é claro que, como bom (ou totalmente tapado) intercambista, eu aceitei. Porque não né, conhecer um pouco desse elemento tão típico da cultura finlandesa. Big mistake.

Começamos mal: tive que acordar às 6.30. Até aí tudo bem, né, fazer o que. Cheguei na cozinha pra tomar café e recebi uma pilha de roupas do tamanho de um alce. "Essas são as tuas roupas", o Anders me falou, enquanto explicava qual camada ia por cima de qual. Nunca usei tantas camadas na minha vida.
Bem, todo equipado e parecendo uma mistura de pinguim (por causa do jeito que eu andava), marinheiro (por causa da touca que eu usava) e palhaço (por causa da jaqueta laranja), lá fui eu.
Interessante: todos têm que usar a jaqueta laranja para que não levem tiro (porque aparentemente os finlandeses são tão cegos que podem confundir um HOMEM com um ALCE. Pois é.)
Anyway, lá fui eu. Chegamos até o ponto de encontro da turma. São quase 30 no total, todos armados e prontos para matar o primeiro alcino que aparece na frente. As armas são admiráveis, tenho que admitir.

Agora é o momento em que vocês imaginam que nós todos saímos correndo pela floresta, formando uma linha e tentando encurralar o alce, enquanto tiros são disparados, pássaros voam assustados e cães latem. Errado. Esse é o momento em que cada um vai até o seu lugarzinho e senta. E espera. Pois é.

Eis que a estratégia de caça do alce aqui é curiosa: eles mandam os cachorros atrás dos alces. Os cachorros têm a responsabilidade de assustar os alces na direção de algum dos caçadores, que estão em sua maioria sentados em torres de madeira espalhadas por uma área. Quando, então, o alce é avistado, eles atiram e matam o bicho. Não precisam nem levantar. Tosco né.

Eles não caçam, apenas esperam que um alce apareça gritando "me mata, me mata", e aí... BANG!

Mas o melhor não é isso. O melhor é que, não importa quantas camadas você usar, você vai passar frio. Isto é fato, e todos concordam. Então lá estava eu, congelando o meu cuzinho, quando aconteceu o melhor.
Não, nós não matamos nada. Foi mais tragicômico do que isso.
Eu estava andando com o Anders, conversando numa boa, já que os cães não estavam latindo (o que significa que eles não estavam atrás de nenhum alce) quando eu tropecei e consegui enfiar a minha perna na água. Eu pensei "tudo bem, estou com as galochas impermeáveis, não vai molhar". Daí quando fui tentar dar mais um passo, eu afundei um pouco. Deve ter sido uns 2 centímetros. Aqueles dois centímetros que faltavam para a água passar das minhas galochas.
Senti a água MUITO gelada escorrendo pela minha perna e se acumulando nas minhas duas meias (em um pé só, tá. Eu disse duas meias, não dois pares de meias). Bom, enquanto eu tava andando não teve problema né. Como havia movimento, o pé não esfriava. Mas quando a gente sentou de novo pra esperar o alce aparecer... mano, eu parei de sentir os dedos do pé em dois segundos. Achei que fosse um daqueles casos que aparecem do "Sobrevivi" do Discovery, sabem? Dedos pretos, vermes saindo de debaixo da unha e tal... Mas não, só tava frio pacaralho mesmo.

Bem, voltei pra casa às 16.30. Voltamos sem nada, porque foi o único dia em toda a estação que eles não mataram nada. Eu estava com frio, não sentia o meu pé direito, estava morrendo de fome e de cansaço. Tomei um banho, comi qualquer coisa e despenquei na cama, só sendo acordado pro jantar. QUE É ÀS CINCO!

Vocês tão vendo como tudo é errado aqui? O que eles chamam de caça é espera, o que eles chamam de jantar é chá das 5. Gelo cai do céu ao invés de sair do congelador. Tudo errado.

Lições aprendidas no dia: nunca leve um brasileiro para a caçada, eles dão má sorte. Se levar, que seja o Capitão Nascimento.

Isso ae negada, agora que eu já dividi a minha amável experiência com vocês, devo dizer adeus. Cansei de escrever já, e vocês já devem ter cansado de ler.

Cuidem-se aí, mandem notícias por coments ou por emails ou por sinais de fumaça ou por telepatia, sei lá.
To com saudades de falar com vocês, povo. E àqueles desconhecidos que lêem o blog, não exitem em entrar em contato para conversar também, se quiserem. Me adicionem no facebook, orkut, skype, whatever.

Bjundas negada!

Beijo Fran! Te amo viu minha safira! (só porque eu prometi pra ela :P)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Acampamento Multidistrital

Ooooooi negada!

Tudo susse com vocês?
Porque aqui tá tudo... massa.

Então, eu sei que to há um tempo sem escrever, mas é porque... tá, eu tava sem empenho mesmo. Não vou inventar desculpa porque vocês já sabiam a verdade.
Anyway, estou aqui para contar-lhes as novidades =D

Tive a primeira neve decente aqui em Närpes no dia 15, o mesmo dia em que eu fui pro Acampamento Multidistrital. O acampamento foi em Ähtäri (ou algo assim), uma cidade perto de Seinäjoki (outra cidade). Sabem, aquelas duas cidades das quais vocês nunca ouviram falar.
O acampamento uniu dois distritos: o 1380 e o 1400. Foi muito massa, me diverti muito e conheci melhor o pessoal do outro distrito.
Lá tinha mais neve que aqui, e eu pude experienciar o rolamento na neve pós-sauna. De fato, uma experiência única. Você não sente os seus pés depois de 3 segundos, e se ficar mais de 5 minutos não sente o resto do corpo também. Mas foi bem massa =D
A gente passou três dias lá, e no sábado fomos até Ähtäri pra visitar o zoológico e um hotel-caverna super massa. O zoológico tinha vários animais típicos dessa latitude, tipo ursos, lobos, leopardos-das-neves, castores e essas coisas. Tava nevando bastantinho, como vocês podem ver:
Pois é, eu sei que parece aquela neve falsa de isopor que a gente coloca nas árvores de natal aí no Brasil, mas é neve de verdade... Mano, parecia que o mundo ia acabar. Gelo é pra sair do congelador, não cair do céu. Tudo errado nesse país xD

Claro que, como bom turista que sou, quase não tirei fotos dos animais. Mas vou colocar aqui a única foto que ficou boa do gatinho gelado, só pra dizer que pus.

É, pois é. Taí, o gatinho gelado. Acho que isso era o mais especial no zoo. Além disso, o normal: ursos, renas, viados (de ambos os lados da cerca, se vocês me entendem), castores, lobos... Ver os lobos foi legal, porque eles tavam dormindo enroladinhos que nem cachorros. Daí quando a gente chegou lá, ninguém conseguia vê-los porque eles pareciam pedras, ainda mais com a neve... Demorou uns 3 minutos até que o primeiro animal falasse "ih, tão todos ali". Mas foi legal.
Ah, daí tem o hotel-caverna. Eu não sei bem como explicar esse hotel... Ele foi cavado em pedra, sabe. Tá, não é bem uma caverna. Tá, peguem a foto e se virem.
Sacaram? É subterrâneo, cravado na pedra. Sei lá, é massa pacasseta. Esse valeu a pena, até porque lá dentro não nevava...

Além disso eu também fui até Helsinki, não sei se contei pra vocês... Não foi lá grande coisa, eu só acompanhei a minha família enquanto eles faziam compras. Porque isso é o que os caipiras do interior fazem na capital, pelo visto. É tipo o povo de Londrina quando vai pra Curitiba, sabem? Não precisa nem de hotel, dorme no Mueller mesmo. Com todo o respeito aos Londrinenses, claro.
Então basicamente foi isso. Eu fui até Helsinki, passei dois dias lá e não visitei nem a porra da catedral da cidade, que é linda. Nem o parlamento, nem o monumento do Sibelius, nem porra nenhuma. Só fui até o Stockman, uma super loja onde eu fiquei com o meu pai por uma hora e meia escolhendo vinhos. É, pois é.
Ah, mas eu tamb;em encontrei os brazucas que tão aqui pelo Rotary. A negada se reuniu em Espoo, uma cidade do lado de Helsinki. Tipo São José, sabe. Daí  eu fui lá, fiquei com eles um pouco e voltei pro hotel depois. E foi isso.

Tá, acho que é isso que eu tenho pra contar pra vocês, meu povo. Bem, provavelmente eu tenho mais coisa, mas o que eu não tenho é empenho de escrever tudo xD
Mas não é tanta coisa assim mesmo...

Anyhow, por enquanto é isso. Me esperem daqui a algum tempo com mais novidades extremamente empolgantes e excitantes sobre a vida nesse país que sempre é um dos primeiros a sumir nos filmes de fim de mundo (consultar O Dia Depois de Amanhã e 2012).

Beijundas! 


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Fatos Curiosos da Finlândia - III

Dae negada!

Tudo tranquilo?

Então, trago a vocês um breve FCF hoje sobre a escola.
Apenas um aspecto da escola, que torna-a super ultra overpower. Meio geek, mas super ultra overpower anyway.

Manolos e manolas, no intervalo da nossa escola tocavam músicas toscas, quando tocava.
No intervalo daqui toca Trololo! =D
Conhecem né? Praqueles desnorteados, procurem no YouTube. Lá vocês encontraram um vídeo antiquíssimo de um russo cantando uma música. Isso é tudo que eu direi.
Praqueles que conhecem, não é muito foda?!?

Pois é, é isso por enquanto. Mais pra frente eu trarei outro FCF, algum dia. Até lá!

Beijundas!

domingo, 3 de outubro de 2010

Show, outro show, mais um show e festa da turma...

Oooooooi negada!

Tudo sussegado com vocês?

Então gente, eu sei que eu tinha prometido um post pra domingo passado... E eu sei que esse post não existe. Mas tenho bons motivos pra isso:
Sábado, depois do show, eu fiquei sabendo que eu teria um show com o pessoal da aula de música na terça, em Kristinestad. Daí pensei em escrever sobre os dois, então esperei.
Daí terça, em Kristinestad, fiquei sabendo de dois shows na quinta com o mesmo pessoal, aqui em Närpes. Daí esperei mais.
Daí quinta fiquei sabendo da festa da turma na sexta, e decidi esperar mais um pouco...
E ontem eu tava com preguiça. Pronto, taí a explicação.

Agora, aos acontecimentos épicos da semana.

Primeiramente, o show no sábado, no Logen. O Logen é o único hotel da cidade, e também é um bar. Tava tendo um "festival pras bandas locais". Isso são 3 bandas. Bom, na verdade duas bandas e um duo. E a melhor parte é que eu não fazia parte de nenhuma das bandas. Nem do duo.
Acontece que meus amigos têm essa banda, Unit 102. Eu até já tinha ido num ensaio deles, uma música legalzinha, Industrial Metal e tal. Daí duas semanas antes do show eles chegaram pra mim pedindo pra eu tocar no lugar do baixista, basicamente porque ele é um merda. Não sei se eu já não contei isso pra vocês, mas anyway. Fui em alguns ensaios e toquei com eles. Foi legal, bem interessante. Tinha "bastante" gente (eu boto umas 60 no máximo, sendo que só 30 estavam lá pra assistir o show). Conheci 3 portugueses que estão aqui colhendo tomates ou algo assim. CARA não dá pra entender uma palavra do que eles falam. Sinti que eu não falava mais português, sabe? Daquela noite foi isso, agora eu tenho algumas fotos pra vocês =D

Tão me vendo ali no cantinho? Pois é, eu também não. Essa porra de palco era minúsculo demais até pro duo, imagina pra gente.
Única foto decente tirada durante o show, nada de especial. Eu segurando o baixo, grande coisa. Btw, esse é o baixo que eu comprei aqui. Bagatela, um Ibanez novinho por 199€ =D

Bem, quantos aos shows com a classe de música da escola, não muito a comentar. Setlist gay, pessoal gay, audiência gay. Mas foi divertidinho até. Os aqui, não o em Kristinestad.
Ah, sabiam que a escola em Kstad é a pior de todo o país? Pois é, e foi lá que eu toquei.
Os dois shows aqui em Närpes foram legais. Foram pro pessoal da nossa escola mesmo, todo mundo gostou e eu recebi um bando de elogios depois (ego inflado detected)

Agora a festa da turma! Ha, as festas aqui são de fazer qualquer brazuca chorar.

Lembram de quando a gente tinha uns 13, 14 anos e ia em festa que começava às 7 e terminava à uma? Pois é, ei-la, a festa finlandesa.
Cara, é desesperador. A gente se reuniu num lugar no meio do nada (como tudo aqui) pra... beber.
Então, lembram quando a gente tinha 14 anos e começou a beber, que a gente saia SÓ pra ficar bêbado e ficava falando pros outros "CARA, EU VOU FICAR MUITO BÊBADO HOJEEEEEEE". Então, bem-vindos à Finlândia.
Primeira coisa: você leva o que você bebe. Até aí, tudo bem. Fui com a minha amiga até o supermercado comprar bebida. Comprei 8 cervejas: 4 Guiness e 4 Murphy's. Pensei "bem, até umas 4 da matina... é o suficiente". Hahaha.
Cheguei lá lá por umas 7.30. Tinha gente que já tava meio bêbada, mas não totalmente. O interessante é que os finlandeses começam a falar com você e até a sorrir depois que bebem. Essa foi a parte legal. Fui lá, bebendo minhas cervejas, fumando meus cigarrinhos, aproveitando. Quando eu vi, todo mundo tinha ido embora, minha cerveja tinha acabado (dei umas pra um amigo meu que não tinha nada), meu cigarro tava quase acabando (todo mundo pega cigarro do brasileiro), e todo mundo tava indo embora. Eu perguntei pra alguém "porque tá todo mundo indo embora?"
A resposta: "porque a festa acabou, ué"
A reação: "O QUE?!?"

Pois é. É basicamente isso. Eles chegam, bebem, ficam bêbados, vomitam, vão pra casa. Assim eles podem reclamar da ressaca no dia seguinte.
Deprimente.

Mas até que eu me diverti, sabe. O pessoal fica menos tímido quando bebe, então conversei bastante com todo mundo. Mas ainda não são brasileiros, e ainda não é uma festa brasileira. Mas, fazer o que.

Gente, foi mal mas eu não tenho nenhuma foto decente da festa. Vou ter que deixar isso na imaginação de vocês. Mas pensem, pelo menos vocês têm um post agora =D

É, acho que é isso, por enquanto. Não tenho muito o que contar ultimamente, sabem? Minha vida aqui é bem monótona e meio chatinha até. Estou tão homesick que dói. Fico em casa o dia todo no StumbleUpon (procurem, é muito massa e vale a pena) ou lendo, ou meditando, ou tocando baixo. O povo daqui não faz nada nunca, então eu fico em casa.
Pelo menos minha família é fucking awesome. Adoro eles =D

Acho que essa semana vou escrever alguma coisa pro FCF, se tiver alguma coisa pra escrever xD

Beijundas!


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Nada mesmo...

Oooooooi negada!

Tudo tranquilo com vocês? =D

Então gente, eu sei que já faz um tempinho que eu não escrevo aqui, o que é ruim porque estou tendo cada vez mais leitores (o que é bom), mas é porque eu não tenho nada mesmo pra escrever...

Vou contar pra vocês como tem sido a minha rotina essa semana:
Acordo, como qualquer coisa e passo o dia todo no quarto tocando baixo e mexendo no pc. Isso porque eu não tenho aulas. Isso, por sua vez, porque é semana de provas.
Aquela semana que eu achei que ia ser legal, sabem? Aquela em que eu achei que fosse fazer um bando de coisas, sair e tal, sabem? Pois é, essa mesmo. Tá se provando ser um tédio só.
A única coisa que eu tenho feito de especial é ido aos ensaios com a banda dos meus amigos, Unit 102.
Amanhã eu vou tocar com eles no único hotel da cidade, o Logen. Estou lá como baixista convidado porque, na verdade, o baixista deles não é lá grande coisa não. Ele até toca, mas não o suficiente pra tocar num show. O cara toca baixo só há três meses, coitado.
E eu ando praticando o tempo inteiro, já que ninguém faz nada nessa vila. Fico em casa estudando teoria ou fazendo exercícios de escala e essas coisas. E olha que pra eu fazer exercício de escala eu tenho que estar MUITO entediado.
Pois é, vocês não esperavam que eu tivesse algo pra escrever com essa rotina né?

Anyway, amanhã tem o show e provavelmente dele sairá mais uma edição do FCF. Ah, tem três intercambistas que vêm pra cá assistir-me: Cecy, a mexicana baixinha; Ivy, a americana e Baptiste, o francês não-tão-gay-assim (pois é). Eles são os intercambistas com quem eu mais tive contato porque todos eles falam sueco. Só que o interessante é que só eu estou numa cidade que fala sueco. O Baptiste está em Karleby (ou Kokkola) e a família dele fala finlandês. A Cecy está em Korsholm (ou Mustasaari) e a família dela também fala finlandês. E a Ivy está em Vasa (ou Vaasa) e a família dela, adivinhem, também fala finlandês. Só que os três estão em escolas suecas, então eles têm que aprender sueco.
Anyway, falo bastante com eles porque são os mais próximos geograficamente de mim. E eles também são bem legais, então é tranquilo.
Bem, eles vem pra cá amanhã e vão dormir aqui em casa de amanhã pra domingo. O que significa que provavelmente domingo eu terei o que escrever.
Vou tentar providenciar fotos do show também, pra poder mostrar pra vocês. Espero que vocês gostem =D

Por enquanto é só negada, a gente se vê mais pra frente!

Beijundas!

domingo, 19 de setembro de 2010

Fatos Curiosos da Finlândia - II

Daeeeeeee negada!

Tudo sussegado com vocês?
Então, como prometido, cá estou com mais um maravilhoso, estrondoso, fantabuloso, cabuloso e gostoso (what?) FCF!

Na real isso aqui tava demorando porque eu não tenho NADA pra escrever. Bom, na verdade eu tenho, mas preciso de fotos também. E acontece que eu não tenho fotos.
Tá, na verdade eu só sou preguiçoso demais pra ficar tirando fotinhas de tudo por aí. Acho isso a maior babaquice, coisa de turista e de guria tosca que coloca no álbum do Orkut fotos sem o menor sentido. Mas tá, vamos ao assunto.

Hoje - na verdade agora a pouco - eu fui passear na floresta enquanto o lobo não vem. Pois é.
Estava eu, acabado de acordar e tomar café, morrendo de sono e de vontade de ficar quentinho em casa (tá um friozinho massa lá fora) quando o meu pai chega e fala "ei, daqui a 5 minutos a gente vai sair pra passear pela floresta. Quer vir?" Claro que eu aceitei né. Piá de prédio, parece que nunca viu uma árvore na vida...

[Nota: nasci, cresci e vivi a vida toda em casas. Sei o que são árvores, cenouras e esquilos. Obrigado.]

Bem, o fato curioso de hoje não é muito um fato curioso. É mais um relato curioso. Porque a experiência foi muito interessante, de fato.
Eu passeei pelos arredores da vila onde eu moro, Gottböle. Quem quiser saber onde é pergunta pro Google, ele sabe. São uns bosques maravilhosos, umas casinhas antigas super legais e tal. Adorável, de fato. Eu me sinto num hotel fazenda, tipo os que tem no interior do Paraná, sabem? Você sai do seu quarto e anda uns 300 metros, e dalí pra frente é só mato, floresta, bosque e plantação. Na verdade, a paisagem daqui me lembra muito a do interior do paraná. É só trocar as araucárias por outros pinheiros, sabe? Bem, vocês vão poder ver nas fotos que eu vou colocar agora.

Essa aí é a estrada que começa a 300 metros da minha casa e vai até a putaqueopariu.


O outono tá começando aqui, então as folhas estão começando a amarelar. Covardes baratas! (hihi)



Essas são duas casinhas antigas pacaralho que tem aqui perto. Elas são conservadas pela junta de moradores da vila.



Como eu disse, troque as araucárias do Paraná por outros pinheiros e ei-la, a paisagem de Gottböle



A variedade de cogumelos aqui é medonha, e o foda é não saber quais você pode comer. Teoricamente, pode experimentar todos. Só o resultado que é imprevisível né =D



Sinto informar a todos, mas tirei essa foto só pra Re. Ela saberá o porque =)



Essa foto é uma daquelas "tentando ser fotógrafo", sabem? Só não coloquei em preto e branco por preguiça.



Essa eu achei simplesmente meiga. Só tirei a foto porque era uma única florzinha solitária, tadinha. Um minuto de silêncio em honra à florzinha solitária.



Mais uma foto no estilo "mamãe, quero ser fotógrafo". Atóron.


Bom povo, é isso aí. Caminhei por umas duas horas e consegui muitas fotos legais, mas essas foram as melhores. Espero que tenham gostado das fotos e do breve relato, gente. Fico por aqui mandando um abraço pra todos. Se cuidem, negada!

Beijundas!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Noite da Mini-Lagosta

Dae negada!

Lembram que eu tinha falado do post da Noite da Mini Lagosta? Então, cá está!

Primeiramente deixa eu explicar o que exatamente é a mini-lagosta. É tipo um lagostim (mini-lagosta, sério) que eles comem aqui. É uma comida da estação (final do verão), coisa que a gente não tem muito aí. No finalzinho do verão, tradicionalmente, o povo daqui se reúne com a família e os amigos pra comer esse bixos... Montes deles! Minha família comprou mais de 200 (o que não é muita carne, na real)!

A "festa" começou lá por umas 7 da noite (ainda era dia), e os convidados eram dois casais de amigos dos meus pais, além dos meus pais e eu. Os filhos de todos ficaram em casa, e os meus irmãozinhos foram pra casa de amigos.

Infelizmente, essa foi a única foto que ficou "decente", então vou explicá-la. Lá atrás vocês vêem o Steve (o careca), o melhor amigo do meu pai. O cara é super gente fina, fato. À sua esquerda, a esposa que eu não lembro o nome. À esquerda da esposa está a amiga e colega de trabalho da minha mãe (elas trabalham no hospital da cidade). A minha mãe é a cabeça loira que está na ponta oposta ao Steve. Ao lado dela está o marido da colega da minha mãe. O pançudinho charmoso alí é o meu pai. E no lugar vazio sou eu.

Vocês vêem alí atrás do Steve umas lanternas de papel coloridas? Então, isso é típico dessa festa. Quando ficou noite a gente não acendeu nenhuma luz elétrica. Ao invés disso, eles acenderam velas naqueles copinhos vermelhos que estão na linha central da mesa.

Ah, curiosidade. Se vocês olharem à esquerda do Steve tem uma porta branca. Aquela porta vai para o quarto do meu irmão, o banheiro e o meu quarto, que são separados do resto da casa. Na casa você entra pela porta que está atrás da cabeça do meu pai.

De volta à festa, é bem divertido. Claro que seria melhor ainda se eu entendesse o que eles falam, mas tudo bem. Quando eles iam falar comigo falavam em inglês, então tá susse. A gente conversou e comeu a noite inteira, acompanhado de vinho (tinto E branco) e schnaps. Sempre meu pai enchia o copo de todo mundo e começava a cantar as schnaps weisel (acho que é assim que escreve), as músicas de beber. Daí a gente virava tipo metade de uma dose de Aquavit, um destilado forte pracaceta que tem aqui. Não deu 3 horas de festa e já tava todo mundo alegrinho, se vocês me entendem.

A partir daí tudo é um limbo. Me lembro que tomamos café e que eu acordei na manhã seguinte com uma ressaca da porra. E não fui só eu... Todo mundo lá deu PT. No dia seguinte parecia que a gente tinha ido pra guerra, todos tavam um caco só.
Mas foi bem divertido... Às vezes eu tenho uns flashes do meu pai olhando pra mim e falando "olha, vc já é um filho pra mim" (com voz de MUITO bêbado) e da minha mãe dançando o sambinha que eu coloquei pra tocar.
Essa foi uma parte engraçada. A gente tava ouvindo música normal, daí o amigo do meu pai pediu que eu colocasse música brasileira. Eu coloquei um CD de chorinho que eu tenho no meu PC. Assim que a primeira música (Vê se gostas - Waldir Azevedo) começou a tocar, o amigo do meu pai (o que tinha pedido a música)  falou "isso aí não é música de filme pornô?" Hahahahahaha eu quase caí de tanto rir =D

Na manhã seguinte eu acordei e passei um tempo no meu quarto tentando lembrar se eu tinha feito merda. Como nada me veio à cabeça, eu fui tomar café. Percebi que tava todo mundo meio morto, então fiquei de buena. "Pelo menos não fui o único" foi o que eu pensei... Tomamos café e eu passei o dia todo em casa tentando achar alguém pra sair (era domingo né pô), mas ninguém aqui sai de casa.

Tá aí negada, isso é tudo de relevante que eu lembro sobre aquela noite. Se eu tiver mais algum flash interessante, tenham certeza que postarei aqui. Lembrem-se de comentar aqui, eu quero saber o que vocês pensam de tudo isso! E quero saber se estão vivos, também! xD

A gente se fala provavelmente no próximo FCF, okei? Cuidem-se aí!

Beijundas!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Update do Fatos Curiosos da Finlândia I

Dae negada!
Só vim aqui pra dar um update na primeira edição do FCF...

Hoje é o Emo Day aqui na escola, e eu tive que tirar umas fotos pra colocar aqui... assim vocês podem rir um pouco mais do pessoal hahahahaha


Vocês já sabem o esquema: segundo o tema, todo mundo se veste. O tema de hoje poderia ser mudado para "Gays Suicidas" que as roupas ficariam as mesmas...


Dá pra notar também que o pessoal capricha né... Principalmente a Johanna (a loira da esquerda aí em cima). Eu tenho muita fé que ela já foi emo. Estou tentando descobrir a verdade, assim que souber falarei aqui hahahaha

O engraçado é que o pessoal daqui visita o blog e coloca no Google Translator pra entender. Eu tava pensando (acho que já mencionei isso) em começar a fazer posts bilingues pro pessoal daqui entender... Quando eu tiver empenho, farei-o.

Até o próximo post negada!

Beijundas!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Fatos Curiosos da Finlândia - I


Boooooom dia negada! Bem, boa madruga pra vocês né... aqui são só 9 da matina, o que significa que aí são 3 da madruga!

Aaaanyway, estarão vocês prontos para receber a primeira edição deste fascinante semanal de curiosidades da cultura setentrional européia?

A primeira curiosidade que eu trago a vocês é parte da vida escolar. Primeiramente, é bom explicar que a escola aqui é mais longa do que aí. O povo aqui sai da escola aos 18, não aos 17. O que significa que o pessoal do terceiro ano aqui já tem carteira de motorista e alguns até carro. Fato interessante, mas este não é o fato do dia.
Como o pessoal do terceiro ano passa só metade do ano letivo (o ano letivo inteiro vai de meio a meio, não de começo a fim do ano real), eles têm o ano mais foda e divertido de todos. Também passam o ano todo estudando, quase sem vida, que nem no terceirão aí do Brasil.
A diferença é que aqui eles têm uns esquemas muito legais chamados Dias Temáticos. Deve ser pra lembrar da infância.
Lembram quando a gente estava no maternal, e tinha o "dia do brinquedo" ou o "dia do adulto" ou coisa do gênero? Então, é a mesma coisa...
Essa aí em cima é uma foto do dia do "After-Ski". Basicamente, eles se vestem como se tivessem acabado de esquiar. Por isso os curativos (porque todo mundo aqui, aparentemente, se machuca esquiando) e os óculos e tal. O mais engraçado é que tava quente pacaceta nesse dia, e eles tiveram que usar isso o dia todo. Claro, ninguém é obrigado a vir assim, mas quem vem é fiel ao movimento né.
Hoje também é um dia temático, além de bem nostálgico. Lembram, claro, do dia do pijama né?

Então, hoje é o dia do pijama aqui! É muito engraçado ver o pessoal todo de pijama (os que dormem pelados tão com roupão, antes que algum animal pergunte). Acho que vou levar isso pra faculdade aí no Brasil quando eu voltar!
O povo aqui até posou pra foto no ginásio! Mas viu, minhas amigas aqui pediram pra eu falar pra vocês que elas não são loucas não, isso é totalmente normal aqui. Aqui.

Bom, acho que por enquanto é só. Semana que vem, preparem-se para a segunda edição do famigerado Fatos Curiosos da Finlândia! E aguardem mais um post que tá no forno sobre a noite da mini-lagosta!

Espero que tenham gostado, ó seres ávidos pelo conhecimento cultural nórdico, deste post. Por favor comentem se eu devo continuar com isso ou se devo parar de ser idiota e simplesmente continuar como tava =D

Beijundas!



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Frio! No verão! Como assim?!

Dae negada! Tudo tranquilo por aí? =D

Gente, eu sei que eu to sem escrever faz um tempo já... Já tive leitores reclamando até! To me sentindo lido até hahahaha
Mas acontece que eu não tenho nada pra escrever... Praticamente nenhuma novidade por aqui... a vida corre normalmente, uma bostinha duma rotina de escola: acorda, vai pra escola, volta, dorme, acorda, vai pra escola...

Neste momento eu estou na minha aula de sueco na escola (são 9.45 da matina aqui), e a turma tá escrevendo um texto. Como eu não ia me dar muito bem nisso, a professora me liberou pra fazer o que eu quisesse. Bem, decidi escrever alguma coisa aqui então.

Tá, minha semana. Foi legal até. Sexta passada eu fui até Vasa e comprei um baixo. Uma puta bagatela: €460 por um baixo novinho da Ibanez (só o bixinho foi €199), um amp, uma hard case, cabo, strap... Kit completo por R$800, mais ou menos! Você paga mais ou menos isso só num baixo da Ibanez aí, o que é muuuuuito bom pra mim!

Além disso, nada de muito novo. Tenho tocado bastante com o pessoal da escola, na aula de música. A gente vai ter um show, mas eu nem sei quando que é... quando eu souber, aviso vocês. Assim vocês podem vir assistir hahahahaha.

Ah, muita gente anda me perguntando se tá frio aqui. Claro que não, aqui é alto verão! Ontem quando eu acordei (7.30 da madrugada) tava quente pacas: UM GRAU. Sim sim, eu sei. Cara, no final do verão aí no Brasil sempre tá uns 20, 25 graus (pelo menos em Curitiba). Aqui, final de verão é UM GRAU. Acabei de voltar do intervalo e não sinto a ponta do meu nariz. Adoro essa sensação, mas quando ela acontece na estação certa.
Sabem, alguns finlandeses dizem que "se há um inferno, é feito de gelo". To começando a acreditar que há um inferno, é feito de gelo, e é conhecido popularmente como Finlândia.
Não que eu não esteja gostando. Claro que estou. O pessoal daqui é bem legal, o lugar é massa. A paisagem é bem bucólica: campo, campo, campo, floresta, floresta, campo. O prédio mais alto da cidade tem cinco andares.
Fato interessante: eu estive no prédio mais alto de toda a Finlândia, em Tampere. Cara, não deve dar nem a altura da Galeria Tijucas. Certeza que não. Medonho.

Hoje eu vou até Vasa de novo. Sabem pra que? PRA IR NO CINEMA. Pois é, porque aqui nessa vila não tem cinema. Sabe o que mais que não tem aqui? McDonalds. Quando soube disso, sabia que não era uma cidade. Na verdade só vi dois McDonalds aqui: um em Tampere e um em Vasa.

Ah, eu falei do pessoal daqui ali em cima. Cara, o povo daqui não segue bem a imagem de europeu que a gente tem aí no Brasil. Eles são bem legais, super curiosos em relação a tudo (eles não sabem merda nenhuma sobre lá/aí), bem simpáticos e educados. Só que são muito tímidos. Não são grossos nem esnobes que nem os franceses ou os ingleses hahahahaha
A timidez deles é bonitinha no começo. Parecem criancinhas quando querem fazer amigos, sabe? Sentam perto de você, ficam quietos só te olhando. Mas depois de um tempo irrita. Você acaba se forçando a andar com os loucos, porque estes estão longe de tímidos.

Muita gente louca aqui, sabe. Mas aqui você nunca fala que alguém é louco, você fala que é "especial". Mas quer dizer a mesma coisa.

Cara, tá ventando muito aqui, sério. Agora começa o outono. Isso aqui na Europa é estação de chuvas, o que significa que vai chover até o Natal agora. Me lembra um pouco do clima de Curitiba, o que me lembra um pouco o clima de Londres. Todo mundo daqui fala que é igual ao clima de Londres.

Sei lá gente, to escrevendo qualquer coisa que me vem à cabeça. Sério mesmo, não tenho nada pra escrever. Mas estou com um projeto novo: o projeto "Fatos Curiosos da Finlândia". O nome já diz quase tudo. O objetivo seria postar uma vez por semana um fato curioso, estranho ou peculiar da cultura finlandesa/européia. Só não sei se vou ter fatos o suficiente...

Bem, aguardem então o primeiro post da série nos próximos dias (ou não). E não, eu não sei quando vou postar mais alguma coisa aqui. Por hoje é só, negada.
Se cuidem aí, não esqueçam de mim e por favor, dêem valor ao sol e ao calor das últimas semanas. E ao feijão e arroz. Aaaaaah que falta que faz um feijão e arroz.

Até a próxima amiguinhos!


Beijundas!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Peixe podre tem gosto de... podre?

Cara, pior que é. Tem mesmo gosto de podre aquela merda. E o pior é que não é realmente podre, é mais tipo "fermentado"(leia-se meio podre)

Daí negada, sussegados?!

Cara, fiquei impressionado com aquilo, sério mesmo. E o cheiro nem é a pior parte. O gosto mesmo que é horrível. Tá, deixa eu descrever minha epopéia pra vocês.

Lá fui eu, encontrar o rotariano "especial"(leia-se totalmente louco) que ia acompanhar-me até meu inesperado destino. O nome do cara é Knut, algo assim. Meio velho, ele é o prosecutor (não sei a tradução, procurem vocês) da região que vai de Kristinestad até Vasa, eu acho. O cara é massa, super inteligente, mas não bate muito bem da cuca, fato.
Bem, depois de uns 40 minutos de ônibus, eu cheguei em Kristinestad. Na verdade, não era bem em Kristinestad. Era uma vila afastada, no esquema de vila histórica de pescadores. Estranho, mas bem massa. Super bonito também.

Esse aí é o lugar onde eu "comi". Bem bonito, parece restaurante de praia. Bem, na real é um restaurante de praia... A vista era linda, só foi uma pena estar meio chovendo. E quase anoitecendo também.
Bem, começou então o evento. O cara responsável por tudo começa a explicar a origem do costume. A lenda é mais ou menos assim: lá pela idade média (ou sei lá quando) a Suécia estava em guerra com alguém (provavelmente a Dinamarca), e sofreu um bloqueio comercial. Sem comércio, sem sal pros caras. Sem sal pros caras, sem ter como conservar alimentos. Logo, os peixe começou a apodrecer. Fermentar, na verdade.  E para parar esse processo (quando já estava praticamente podre) eles adicionaram o pouco de sal que ainda existia (puta desperdício, podiam ter usado pra cozinhar uma vez na vida). Como só tinha isso e coalhada pra comer, eles misturaram os dois com legumes frescos (cebola, tomate, essas coisas) e comeram. Sabe Deus porque, eles acabaram gostando. E assim criou-se o costume de comer peixe podre levemente fermentado.
Meio legal até, a festa e tudo. Muita bebedeira, muitos schnaps (não sei se é assim que escreve) e música de beber. Até que você se diverte, depois que se acostuma com o cheiro (o que me demorou uma hora mais ou menos. Antes disso eu tava quase vomitando o tempo todo).

Ainda assim, eu agora posso falar que vim até a Finlândia pra comer peixe podre vindo da Suécia! Fuck yea!

Acho que por enquanto é isso negada. Desculpa a demora dos posts, mas eu ando muito ocupado fazendo nada. Como não posso dormir na aula de psicologia, terminei de escrever o post =D

Beijudas!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Hahahaha escrevi isso no sábado e esqueci de postar XD
Ah, nesse minuto eu to na aula de psicologia mostrando fotos de Curitiba pro povo. Eles acham que é maior que New York hahahahaha




Dae negada!

Não sei porque, mas eu acordei hoje com vontade de escrever pra vocês! Curioso...
Não tenho muito o que contar, na real... Antes de ontem foi o meu aniversário, que foi bem massa... o povo do colégio fez uma surpresa, cantaram parabéns em sueco e me deram um cachecol da finlândia... além disso também ganhei um pingente com o leão da Finlândia da minha mãe e um livro sobre o país do meu pai. No dia eu também fui à minha primeira reunião do Rotary aqui, e foi bem massa. Eles me convidaram pra um evento folclórico relativamente peculiar que será hoje à noite. 
É um jantar típico da cultura sueca onde eles comem... peixe podre, basicamente. Meu avô disse que o gosto é muito bom, mas eu não sei ainda. Quando eu voltar de lá pode ter certeza que eu vou contar pra vocês!

Ah, a escola. Eu prometi que ia contar como que é né. Bem, basicamente é uma escola americana. Armários, cada professor/matéria com sua respectiva sala, você muda de sala todas as aulas. Almoço na escola, de graça, aquele básico de buffet e mesinhas. Ainda não sei se aqui tem a mesa dos populares e a dos nerds como nas escolas americanas, mas sento sempre com o pessoal do terceiro ano, que são os que primeiro vieram falar comigo.

Já tive aula de sueco, de música, psicologia, artes e história. Tenho 12 aulas de música por semana, mais do que qualquer um na escola. Acho que é porque eu não preciso de nota nem de exame no final do ano, então tá susse. Música é legal, eles tão bolando dois concertos pra fazer aqui e talvez em Vasa também. Bem massa. Só que eles só tocam música deprimente, gay. Eu já toque o terror ali. Pro primeiro grupo sugeri Born to be Wild, clássica. Pro segundo, sugeri uma impro de blues bem massa, mas não sei se vai rolar. O curioso é que é na Born que o pessoal mais se diverte. Nas outras todo mundo fica com cara de taxo tocando. Uma bosta, mas tá. Fazer o que né...

A aula de sueco é fodinha. Na real todas são, porque eu não entendo quase nada. QUASE nada. Às vezes eu entendo uma coisa ou outra, mas tenho que prestar muita atenção, e vocês sabem que prestar atenção na aula não é meu forte... Tenho que me esforçar demais pra isso. Eu sei que a minha primeira aula de sueco foi uma conquista. A professora pediu pro povo se apresentar, e eu me apresentei em sueco! E depois ainda escrevi uma "carta" sobre mim e minhas expectativas para o curso, tudo em sueco! E a professora conseguiu entender tudo, o que é melhor ainda!

Aula de psicologia. Interessante, mas meio pé no saco. Quer dizer, eu gosto de psicologia, mas quando eu consigo entender mais do que 5 palavras na aula toda...

Aula de artes. Pé no saco, estamos estudando perspectiva. CARA é muito chato desenhar uma mesa várias vezes, sério mesmo.

Aula de história, a mais massa até agora. Não por eu entender mais, o que não é o caso. Mais porque o meu professor é totalmente pirado. E também porque o maluco decidiu que a turma precisava praticar o inglês, então convidou-me a dar duas aulas pro povo, em inglês. Uma sobre história romana (só porque eu falei que eu gosto) e uma sobre história da colonização da américa latina (essa eu quero ver). Mas tá, vou fazer né. Qualquer coisa é boa pra dar uma puxadinha de saco nos professores.

Mas olha cara, mesmo a escola sendo super massa, tendo muita liberdade e tal, eu ainda sinto falta daí. Não da escola daí, cruzes. Mas daí, no geral. Aqui é lindo, super legal. E eu tenho tanta coisa pra fazer aqui que, embora eu pense no Brasil, nos meus amigos e na minha família o tempo todo, é raro eu parar e ficar pensando só nisso. Só antes de dormir, daí é foda. Eu penso em todas as coisas que me fazem falta, e começo a entender melhor o enigmático significado da palavra "saudade". É muito foda mesmo.

Mas olha, eu tenho sido muito feliz aqui. Hoje faz duas semanas que eu estou aqui na Finlândia, e uma semana que eu estou aqui em Närpes. Tem sido bem legal, eu aprendo uma coisa nova a cada dia, conheço pessoas novas... É bem massa mesmo.

Pois é meu povo, acho que por enquanto é só... vou ficar por aqui porque meus dedos já estão doendo de tanto escrever... Se cuidem aí, a gente se fala quando eu voltar do Festival do Peixe Podre.

Beijundas!

sábado, 21 de agosto de 2010

Escola e peixe podre...

Dae negada!

Não sei porque, mas eu acordei hoje com vontade de escrever pra vocês! Curioso...
Não tenho muito o que contar, na real... Antes de ontem foi o meu aniversário, que foi bem massa... o povo do colégio fez uma surpresa, cantaram parabéns em sueco e me deram um cachecol da finlândia... além disso também ganhei um pingente com o leão da Finlândia da minha mãe e um livro sobre o país do meu pai. No dia eu também fui à minha primeira reunião do Rotary aqui, e foi bem massa. Eles me convidaram pra um evento folclórico relativamente peculiar que será hoje à noite. 
É um jantar típico da cultura sueca onde eles comem... peixe podre, basicamente. Meu avô disse que o gosto é muito bom, mas eu não sei ainda. Quando eu voltar de lá pode ter certeza que eu vou contar pra vocês!

Ah, a escola. Eu prometi que ia contar como que é né. Bem, basicamente é uma escola americana. Armários, cada professor/matéria com sua respectiva sala, você muda de sala todas as aulas. Almoço na escola, de graça, aquele básico de buffet e mesinhas. Ainda não sei se aqui tem a mesa dos populares e a dos nerds como nas escolas americanas, mas sento sempre com o pessoal do terceiro ano, que são os que primeiro vieram falar comigo.

Já tive aula de sueco, de música, psicologia, artes e história. Tenho 12 aulas de música por semana, mais do que qualquer um na escola. Acho que é porque eu não preciso de nota nem de exame no final do ano, então tá susse. Música é legal, eles tão bolando dois concertos pra fazer aqui e talvez em Vasa também. Bem massa. Só que eles só tocam música deprimente, gay. Eu já toque o terror ali. Pro primeiro grupo sugeri Born to be Wild, clássica. Pro segundo, sugeri uma impro de blues bem massa, mas não sei se vai rolar. O curioso é que é na Born que o pessoal mais se diverte. Nas outras todo mundo fica com cara de taxo tocando. Uma bosta, mas tá. Fazer o que né...

A aula de sueco é fodinha. Na real todas são, porque eu não entendo quase nada. QUASE nada. Às vezes eu entendo uma coisa ou outra, mas tenho que prestar muita atenção, e vocês sabem que prestar atenção na aula não é meu forte... Tenho que me esforçar demais pra isso. Eu sei que a minha primeira aula de sueco foi uma conquista. A professora pediu pro povo se apresentar, e eu me apresentei em sueco! E depois ainda escrevi uma "carta" sobre mim e minhas expectativas para o curso, tudo em sueco! E a professora conseguiu entender tudo, o que é melhor ainda!

Aula de psicologia. Interessante, mas meio pé no saco. Quer dizer, eu gosto de psicologia, mas quando eu consigo entender mais do que 5 palavras na aula toda...

Aula de artes. Pé no saco, estamos estudando perspectiva. CARA é muito chato desenhar uma mesa várias vezes, sério mesmo.

Aula de história, a mais massa até agora. Não por eu entender mais, o que não é o caso. Mais porque o meu professor é totalmente pirado. E também porque o maluco decidiu que a turma precisava praticar o inglês, então convidou-me a dar duas aulas pro povo, em inglês. Uma sobre história romana (só porque eu falei que eu gosto) e uma sobre história da colonização da américa latina (essa eu quero ver). Mas tá, vou fazer né. Qualquer coisa é boa pra dar uma puxadinha de saco nos professores.

Mas olha cara, mesmo a escola sendo super massa, tendo muita liberdade e tal, eu ainda sinto falta daí. Não da escola daí, cruzes. Mas daí, no geral. Aqui é lindo, super legal. E eu tenho tanta coisa pra fazer aqui que, embora eu pense no Brasil, nos meus amigos e na minha família o tempo todo, é raro eu parar e ficar pensando só nisso. Só antes de dormir, daí é foda. Eu penso em todas as coisas que me fazem falta, e começo a entender melhor o enigmático significado da palavra "saudade". É muito foda mesmo.

Mas olha, eu tenho sido muito feliz aqui. Hoje faz duas semanas que eu estou aqui na Finlândia, e uma semana que eu estou aqui em Närpes. Tem sido bem legal, eu aprendo uma coisa nova a cada dia, conheço pessoas novas... É bem massa mesmo.

Pois é meu povo, acho que por enquanto é só... vou ficar por aqui porque meus dedos já estão doendo de tanto escrever... Se cuidem aí, a gente se fala quando eu voltar do Festival do Peixe Podre.

Beijundas!